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Por que o produtor deve rotacionar ou diversificar culturas?

Alternar as culturas a cada safra em uma mesma área agrícola traz benefícios diretos ao produtor, principalmente para recuperação do solo. “As práticas de rotação e diversificação de culturas ajudam na renovação do solo, reciclagem e absorção dos nutrientes”, diz o gerente de DTM (Divisão Técnica de Mercado) da Syngenta, Milto José Facco.

 

Na rotação, o produtor troca a cultura plantada a cada safra. Ao diversificar, ele cultiva parte da área com uma espécie e em outra parte implanta outra cultura, nem sempre na mesma proporção. “Ele pode usar 3/4 do terreno para soja e 1/4 para milho, por exemplo, e alternar os locais de plantio ali, ao longo do tempo”, afirma Facco.

 

Mesmo que diversificar culturas traga menos vantagens do que rotacionar, a renovação do solo acontece em algum momento nos dois processos. Isso já não ocorre no cultivo tradicional, quando duas culturas são plantadas em sequência, como trigo-soja e soja-milho safrinha. “O cultivo sequencial retira do solo somente os nutrientes essenciais para aquelas espécies. Isso reduz as reservas minerais e a capacidade produtiva”, diz o pesquisador da Embrapa Soja, Osmar Conte.

 

Solo de melhor qualidade

A melhor absorção de nutrientes pelo solo traz benefícios diretos. “Na rotação ou diversificação, cada cultura deixa ali uma herança biológica, tornando-o mais propício para o cultivo de outros tipos de vegetais”, afirma Conte.

 

Outra vantagem é que o solo também se torna mais poroso e melhor oxigenado por causa do plantio de espécies com raízes diferentes. “Isso facilita a infiltração e o desenvolvimento das raízes, proporcionando aumento na absorção de água e nutrientes, inclusive em camadas mais profundas”, diz Milto Facco, da Syngenta.

 

Essas práticas, que normalmente ajudam na melhor cobertura do solo, também facilitam a formação da palhada. “Isso minimiza os custos com preparo e diminui a incidência de chuva direta evitando a erosão, além de permitir rotacionar herbicidas e controlar melhor as plantas daninhas”, afirma o técnico.

 

Pragas e doenças

As práticas de rotação e diversificação de culturas representam ainda um escudo contra pragas e doenças. “Há uma quebra no ciclo de desenvolvimento destas. Uma espécie de inseto, fungo ou nematoide que ficou hospedada na área onde estava a lavoura de milho, por exemplo, terá mais dificuldades para atacar a próxima cultura plantada ali, por ter características e hábitos alimentares diferentes”, diz Facco.  

 

As espécies danosas aos cultivos são bastante especificas. A grande maioria das doenças que ataca plantas de milho não ataca soja, o que vale para muitas espécies de insetos também, explica. “Logo, a rotação de culturas, significa a retirada da fonte de alimento das mesmas, o que resultará numa população bem menor ou até nula na safra seguinte”, diz Facco. 

 

A escolha de espécies vegetais para a rotação deve considerar a suscetibilidade de cada cultura aos problemas da lavoura. “O milheto é um exemplo indicado na rotação para quem cultiva soja no norte e no centro-oeste. Já nas áreas do centro e do sul, essa rotação é indicada com nabo forrageiro e aveia branca. Mas cada área e espécie têm a sua particularidade”, explica Osmar Conte, da Embrapa.

 

Mesmo com os benefícios, ainda há dificuldades em convencer o produtor sobre a importância da rotação e da diversificação. “O fator econômico influencia fortemente. Quem planta soja ou trigo, por exemplo, vai escolher a cultura de acordo com ganhos comerciais e custos empregados, e nem sempre se lembrará dos cuidados com o solo”, diz o pesquisador.

 

Outras escolhas

O milho é uma ótima alternativa para rotacionar com soja, pelas diferentes características e exigências de cada espécie, porém o que mais ocorre no Brasil é a sucessão de soja e milho, exatamente por questões econômicas.  Mas atenção ao clima, planejamento e escolha do híbrido ou cultivar adequado também devem ser levados em conta. “A rotação e a diversificação de culturas constituem um sistema de manejo que confere sustentabilidade e que ajuda o agricultor a minimizar riscos, que são muitos”, diz Facco.

 

A Syngenta oferece orientações e tem no portfólio uma série de fungicidas, herbicidas, inseticidas, sementes tratadas e soluções integradas que permitem melhores resultados na lavoura. “Nas ações diretas dos nossos agrônomos no campo, em contato com o produtor, a rotação de culturas sempre entra como uma orientação importante da companhia, objetivando alcançar maior produtividade e sustentabilidade para a agricultura”, afirma Facco.

 

FONTE: PORTAL SYNGENTA